Potencial gerador de empregos, o segmento torna empresas mais competitivas, de estabelecimentos comerciais a bancos.
O processo de globalização tem exigido a reestruturação das empresas, obrigando empresários a procurar a diferenciação de seus produtos. Nos últimos dez anos, cada vez mais eles perceberam que os processos logísticos trazem competitividade e isso se transformou em grande potencial gerador de empregos.
O segmento de logística é bastante amplo e inclui muito mais que armazenagem e distribuição de produtos no mercado interno e externo. Isso faz com que tanto uma indústria quanto um estabelecimento comercial ou banco possuam profissionais de logística em seu quadro de colaboradores diretos.
Adicionalmente, há uma gama bastante extensa de prestadores de serviços acessórios necessários à consecução das atividades logísticas, tais como transportadores de carga, empresas de consultoria e gestão, fornecedores de equipamentos e estruturas etc. De acordo com Adalberto Panzan Jr., presidente da Aslog (Associação Brasileira de Logística), concentrando-se apenas no segmento dos PSLs (prestadores de serviços logísticos), ou seja, empresas cujo objeto de negócio é a prestação de serviços logísticos, há atualmente um contingente de aproximadamente 150 mil profissionais empregados diretamente em todo o Brasil.
Segundo Panzan Jr., as oportunidades de novos empregos estão concentradas nas áreas de atendimento a clientes, operações, tecnologia de informação e planejamento, quatro áreas consideradas vitais ao sucesso das empresas do segmento logístico, tanto como prestadores de serviços quanto como usuários de serviços logísticos.
“A maior perspectiva de aumento de oferta no setor, a curto prazo, se dará pela seqüência dos investimentos das empresas privadas, com base em seu planejamento estratégico e com vistas a alcançar as sinergias e os resultados que a competitividade global demanda”, explica o presidente da Aslog.
Gilson Aparecido Pichioli, gerente da Fassina Soluções Logísticas em Comércio Exterior, que emprega hoje 60 pessoas, afirma que em 2006 teve um aumento de 50% no quadro de funcionários e até o final deste ano a projeção fica em mais 10 a 20%.
Cresce demanda por profissionais
A demanda no setor aumentou significativamente no último ano. A procura é por profissionais com formação técnica ou de graduação em logística, apesar de áreas de ciências exatas e humanas também contribuírem positivamente com a formação especializada nesse mercado.
De acordo com Renata Picolo, coordenadora de recrutamento e seleção da Plena Consultoria em Recursos Humanos, só nos últimos 12 meses o crescimento da procura por profissional de logística cresceu em torno de 30%. O aumento se deve, segundo ela, a um maior número de empresas do segmento se instalando e ou ampliando suas plantas. Também aumentaram os critérios de contratações.
“As empresas buscam profissionais qualificados. A demanda por estudantes de Tecnologia em Logística está em alta. Buscamos profissionais com nível superior completo em Engenharia de Produção e com pós-graduação na área de Logística, para cargos com nomenclaturas de analistas, coordenadores de operações e nível equivalente”, afirma Renata.
Falta mão-de-obra especializada no mercado
Com o aumento da competitividade, a logística ganhou papel essencial na estratégia das empresas. No entanto, a falta de oferta de profissionais especializados disponíveis neste mercado de trabalho tem sido motivo de preocupação tanto para os empresários, quanto para as entidades de classe.
“Nossas ações em relação à certificação profissional e técnica, à implantação de cursos específicos com escopo de realização prática e ao incremento da disseminação de conteúdo técnico-acadêmico são exemplos de ações voltadas à qualificação dos profissionais de logística no Brasil”, garante Panzan Jr..
Direcionamento
Na opinião de Gilson Aparecido Pichioli, que também é coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística do Depar (Departamento de Ação Regional), que pertence à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), há a necessidade de se fazer um estudo mais abrangente sobre as demandas do setor, para que as escolas e faculdades possam direcionar ou focar um pouco mais seus cursos. “O mercado até já dispõe de alguns profissionais formados na área, tanto em cursos técnicos quanto superiores, o que falta é um direcionamento específico, que realmente atenda à necessidade das empresas”, enfatiza.
Habilidades
O mercado busca candidatos a postos de trabalho que além da bagagem de informações adquiridas nos cursos especializados, sejam capazes de articular raciocínio lógico e se expressar corretamente, seja verbalmente ou de forma escrita. “Essas três habilidades, quando conjugadas com um ambiente de trabalho bastante competitivo como o da logística no momento atual brasileiro, são a chave do sucesso do jovem profissional que deseja se inserir e crescer no segmento”, destaca o presidente da Aslog.
Formação
O mercado de cursos oferecidos por instituições de ensino, tanto de graduação técnica, superior e também pós-graduação é bem diversificado no Estado de São Paulo.
Os de graduação em logística formam profissionais capazes de: tomar decisões em logística de suprimento, produção e distribuição, melhorar os níveis de serviço ao cliente, assessorar na correta tomada de decisão nos níveis estratégico e tático das organizações e interagir com outros setores da empresa, tais como marketing, financeiro e de RH.
Os de pós são voltados à especialização e aprimoramento de profissionais da área, para o desempenho das funções ligadas à gestão de logística interna e externa.
Fonte: Darlene Delello <http://www.bomdiabauru.com.br>